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A importância tática do Guarda-Redes

  • tevescn
  • 21 de mai. de 2015
  • 3 min de leitura

Todas as equipas começa por um grande guarda-redes”. Esta é uma frase antiga no futebol, mas sempre atual.

Todos que acompanham de perto o futebol sabem que uma equipa de alto rendimento exige a segurança e técnica de um grande camisola 1. Entretanto, se por um lado existe a busca por bons atletas nesta posição, por outro se esquece de alguns princípios básicos necessários ao exercício das modernas funções de um guarda redes.

No futebol atual, o guarda redes não pode mais ser esquecido em relação aos aspectos táticos, nem pelos treinadores e formadores de opinião, como até mesmo pelos adeptos.

Por acaso você, caro leitor, já notou que ao falar de um esquema tático, sempre se costuma dizer que a equipa irá jogar no 4-4-2, no 4-3-3 ou no 3-5-2? Não dá para se perceber aí que está a faltar algo? Essa conta dos atletas em campo não está errada? Não seria um erro desconsiderar o guarda redes com parte do esquema tático?

Este é um aspecto cada vez mais importante para a evolução tática do futebol. Em vez de 4-4-2, 1-4-4-2. Em vez do 4-3-3, o 1-4-3-3 e assim por diante. E os argumentos nesta direção vão muito mais além do que uma simples “contagem numérica”.

O guarda redes tem uma importância tática cada vez maior no futebol que se pratica hoje em dia. Ele faz parte da organização defensiva e ofensiva das equipas, e em vários aspectos. Na reposição de jogo, por exemplo, o guarda redes pode primeiro optar por um pontapé de baliza “longo”, sendo importante o trabalho tático da primeira e segunda bola.

Outro exemplo é o pontapé de baliza, que deve ser treinado em sintonia com o posicionamento dos outros jogadores, principalmente os do meio campo e ataque, dependendo dos objetivos que se tem para determinados momentos da partida. A primeira e segunda bola são fundamentais para as jogadas ofensivas da equipa e nisso o guarda redes tem papel muitas vezes decisivos.

Outra opção é a reposição de bola com uma saída mais curta, chamado de “sair a jogar”. Aqui procura-se uma maior posse de bola e um menor percentual de erro na progressão de uma equipa. Contudo, mais importante que optar por um tipo ou outro de reposição, é saber qual o objetivo dessa ação. E ainda mais: planejar e treinar o posicionamento dos atletas para as duas possibilidades, de acordo com as necessidades da equipa no jogo.

Outro aspecto que revela a grande importância do guarda redes é saber usá-lo para os momentos em que a marcação adversária é muito forte e avançada. Aí o camisola 1 pode ser utilizado como uma peça a mais para a troca de passes, ficando um pouco mais adiantado, quase numa função de “líbero”. Isto gera mais espaços para os outros atletas do sistema defensivo e do meio-campo, facilitando a transição ofensiva. Para tanto é preciso trabalhar bem mais o fundamento do passe em curtos espaços durante os treinos. Trazer para o treino uma “realidade” mais aproximada em relação às situações de jogo.

Por trabalhar bastante essas reposições, os guarda redes vêm evoluindo tecnicamente (com os pés) e arriscando mais nas outras jogadas de bolas paradas, como as cobranças de faltas e penaltis. Sem dúvida, outro diferencial para as equipas.

E finalmente temos que considerar a visão estratégica que os atletas dessa posição têm. Eles são os que mais conseguem “observar” claramente o posicionamento de toda a equipa numa partida, podendo orientar os companheiros de equipea com mais precisão. Se for um líder para o grupo, melhor ainda. Une a visão “tática” ao poder de motivação e liderança.

Muitos guarda redes são capitães das suas equipas, outros tornam-se técnicos, o que faz com que a posição de guarda redes possa ser considera diferenciada, e que deve ser cada vez mais valorizada. Não só financeiramente e não só tecnicamente, mas principalmente nas questões táticas. Nos treinos e esquemas.

Enfim, o número 1 não pode ficar apenas na camisola.....

 
 
 

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